Brasil demorou a acabar com o trabalho escravo
Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea que aboliu oficialmente o trabalho escravo no Brasil.
O fim da escravidão foi o resultado das transformações econômicas e
sociais que começaram a ocorrer a partir da segunda metade do século 19 e
que culminaram com a crise do Segundo Reinado e a consequente derrocada do regime monárquico.
As Leis Eusébio de Queirós e do Ventre Livre
Ao longo do século 19, a legislação escravista no Brasil sofreu inúmeras
mudanças como consequência das pressões internacionais e dos movimentos
sociais abolicionistas. A primeira alteração na legislação ocorreu em
1850, quando foi decretada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu
definitivamente o tráfico negreiro no país. Foi uma solução encontrada
pelo governo monárquico brasileiro diante das constantes pressões e
ameaças da Inglaterra, nação que estava determinada a acabar com o tráfico negreiro.
Em 1871, foi decretada a Lei Visconde do Rio Branco. Conhecida também
como a Lei do Ventre Livre, estabelecia que a partir de 1871 todos os
filhos de escravos seriam considerados livres. Os proprietários de
escravos ficariam encarregados de criá-los até os oito anos de idade,
quando poderiam entregá-los ao governo e receber uma indenização. Com as
leis de extinção do tráfico negreiro e de abolição gradual da
escravidão, o trabalho cativo estava fadado a acabar.
A Lei Áurea
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No debate que se seguiu à promulgação da Lei dos Sexagenários, ficaram
cada vez mais evidentes as divergências entres as elites agrárias do
país. Os prósperos cafeicultores paulistas, que já haviam encontrado uma
solução definitiva para a substituição da mão de obra escrava pelo
trabalho assalariado, se afastaram dos decadentes cafeicultores do vale
do Paraíba e da aristocracia rural nordestina (os senhores de engenho),
que ainda resistiam na defesa da escravidão.
Como já não dependiam do trabalho escravo para continuar com o
empreendimento agrícola, os cafeicultores paulistas se colocaram ao lado
dos abolicionistas. Para essa próspera elite agrária, que representava o
setor mais dinâmico da economia do país, o regime imperial e o governo
monárquico também já não serviam aos seus interesses.
Em 13 de maio de 1888, o ministro João Alfredo, promoveu a votação de um
projeto de lei que previa o fim definitivo da escravidão. Os
parlamentares representantes dos interesses dos proprietários agrários
do vale do Paraíba se opuseram votando contra. Mas foram derrotados pela
ampla maioria de votos a favor. Estava aprovada a Lei Áurea. Na
condição de regente do trono imperial, a princesa Isabel sancionou a
nova lei. O Brasil, porém, carrega o fardo histórico de ter sido um dos
últimos países do mundo a abolir a escravidão.
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